Produto é usado no tratamento da leucemia e importado pelo País; trabalho mereceu a capa do jornal Biophysical Chemistry
o Inmetro participou de um importante estudo sobre a enzima asparaginase, produto-chave na fabricação de medicamentos para o tratamento da leucemia. Junto com as Universidades Federais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais – UFRJ e UFMG, em um trabalho coordenado pelo Laboratório de Biotecnologia Farmacêutica da UFRJ (pbiotech), foi feita a caracterização da asparaginase a partir da comparação dos dois tipos de enzimas mais utilizadas no Brasil, considerando aspectos estruturais, químicos e funcionais de cada uma.
Com base nesses estudos, o grupo da UFRJ já está desenvolvendo uma asparaginase visando à produção nacional da enzima. O trabalho foi destaque no jornal Biophysical Chemistry e já tinha sido antecipado na renomada The Lancet.
A L-asparaginase II é uma enzima capaz de reduzir a quantidade de L-asparagina na circulação dos pacientes, além de ser um aminoácido essencial para progressão de células cancerígenas em leucemia linfoblástica aguda (LLA), que atinge a medula óssea. Embora essencial para o organismo, a L-asparagina pode contribuir para a progressão dessas células cancerígenas. A L-asparaginase II atua diminuindo os níveis de asparagina, impedindo que as células cancerígenas se desenvolvam e contendo o avanço do câncer no organismo.
“A partir desse estudo, podemos dizer que já conhecemos bem as diferenças entre as enzimas mais usadas no mercado nacional e internacional. Esse conhecimento nos permitirá otimizar o produto que estamos desenvolvendo para atender a demanda nacional e não ficarmos tão dependentes de sua importação”, assinalou Maurício Trambaioli, professor Titular da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador bolsista no Pronametro (Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento da Metrologia, Qualidade e Tecnologia), do Inmetro.
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