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20 de Maio - Dia Mundial da Metrologia

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Muitas vezes desconhecemos ou ignoramos a enorme quantidade de medições que tornam a vida moderna possível.

Para que pudéssemos chegar até aqui, percorremos um longo caminho. Com o passar do tempo, fomos nos aperfeiçoando e criamos tecnologias incríveis baseadas em um sistema de medição, que hoje é universal, e que tem se tornado cada vez mais preciso.

Dia 20 de maio, celebramos um marco histórico: 150 anos da Convenção do Metro, Criação do BIPM (Bureau Internacional de Pesos e Medidas) e Dia Internacional da Metrologia, a fim de comemorar essa data tão importante, porque não embarcar em uma breve linha do tempo sobre como foram esses desdobramentos na ciência das medições, ou metrologia.


3000 a.C. - O Cúbito 


Assim como outras unidades de medidas dos tempos mais remotos, o cúbito ou côvado foi determinado a partir de distâncias antropomórficas (baseadas em partes do corpo humano). Seus parâmetros de referência eram definidos entre a extremidade do dedo médio e o final do cotovelo. Como é possível imaginar, essa medida era suscetível a variações. Além disso, em civilizações distintas essa medida seguia padrões diferentes. 

Com o passar do tempo, criou-se o “cúbito real”, e, por volta de 3000 a.C. a medida foi estipulada em 7 palmos. Cada palmo continha 4 dedos, totalizando 28 dedos.



1790 - A Revolução Francesa e a criação do sistema métrico 


No período da Revolução Francesa, em 1789, o sistema de medidas era desorganizado e com alta propensão a fraudes, o que prejudicava tanto o comércio local quanto as relações comerciais com o exterior.

Havia pouca ou nenhuma padronização: em Bordeaux, por exemplo, uma unidade de terra era determinada pela distância em que a voz de um homem podia alcançar. Em Paris, um pinte equivalia a 0,93 litros, enquanto em Saint Denis, a mesma medida correspondia a 1,46 litros. Diante disso, houve a necessidade de unificação das medidas de modo que as comercializações pudessem ser mais justas. 


Os estudiosos desse período entraram em acordo para determinar que as unidades de comprimento, massa e volume estariam relacionadas entre si, e que suas multiplicação e divisão seriam baseadas em uma escala decimal. Embora esse tenha sido visto como uma grande inovação na França, não era uma novidade para os indianos, árabes e romanos que já usavam esse sistema. 


Em 1790, renomados cientistas como Jean-Charles de Borda, Joseph-Louis Lagrange, Gaspard Monge, Pierre-Simon Laplace e o Marquês de Condorcet, se reuniram para estabelecer o comprimento do metro, o que foi fundamental para a base do sistema decimal.

1875 - Convenção do metro e a criação do BIPM


A Convenção para assegurar a unificação e o aperfeiçoamento do sistema métrico ocorreu no dia 20 de maio de 1875, e ficou conhecida como a Convenção do Metro. Esse evento estabeleceu padrões de medida como o metro e o quilograma. Este tratado internacional possibilitou a criação do BIPM (Bureau Internacional de Pesos e Medidas) na mesma data. 


Neste ano (2025), comemoram-se os 150 anos da primeira Convenção, uma data muito importante para os profissionais da metrologia, pois todos esses avanços contribuíram para o desenvolvimento da cultura metrológica, promovendo maior precisão e confiabilidade. 



1960 - A criação do Sistema Internacional de Unidades (SI)


Após a definição do metro e do quilograma na Convenção do Metro em 1875, surge a necessidade de um sistema unificado mais abrangente. Décadas depois foi criado o Sistema Internacional de Unidades (SI).


O SI foi formalmente adotado em 1960, durante a 11a Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM). Desde então, tornou-se a linguagem universal da ciência, tecnologia, indústria e comércio, graças à padronização de nomes, símbolos e unidades de medidas. Seu uso facilitou a comunicação em escala mundial, trazendo maior consistência no uso de dados técnico-científicos.



1983 - Redefinição do metro 


Antes da redefinição, o metro era mensurado por meio de uma barra metálica de platina-irídio. No entanto, usar um artefato físico como base para medições apresentava limitações tanto de abrangência do uso quanto a vida útil desses materiais.


Por muitos anos, usar uma barra de platina-irídio como referência de medição foi bastante útil. No entanto, embora a liga metálica de platina-irídio seja conhecida por sua resistência à corrosão, ela ainda está sujeita a desgastes ao longo do tempo, como a oxidação. Mesmo sob condições de armazenamento favoráveis, o material pode apresentar alterações com o passar dos anos.


Dessa forma, fez-se necessária a redefinição do metro. Então, por meio de um acordo internacional em 1983, o metro passou a ser definido como o comprimento do caminho percorrido pela luz no vácuo em 1/299.792.458 de segundo. Essa definição também fixou a velocidade da luz no vácuo em 299.792.458 m/s.



2019 - Redefinição do Sistema Internacional de Unidades


Em 2018, especialistas em metrologia ao redor do mundo se reuniram e votaram a favor da revisão do Sistema Internacional de Unidades (SI). A premissa principal é de que as medidas não dependam apenas de objetos físicos, criando então, um sistema de medição baseado inteiramente em propriedades fundamentais imutáveis ​​da natureza.


Em novembro de 2018, o Quilograma, Ampere, Kelvin e Mol foram redefinidos. As mudanças entraram em vigor em 20 de maio de 2019, veja o que mudou: 


  • Quilograma

O quilograma era definido pelo Protótipo Internacional do Quilograma (IPK), um objeto de platina-irídio, apelidado de “Le Grand K” que ficava armazenado em um cofre de Paris. Passou a ser definido pela constante de Planck (h)


  • Ampére


Tinha suas bases na força entre dois condutores elétricos paralelos, com a redefinição passou a operar pela constante física fundamental: a carga elementar (e), que é a quantidade de carga elétrica em um único elétron (negativo) ou próton (positivo).


  • Kelvin


Baseado no ponto triplo da água, onde em uma condição exata de temperatura e pressão a água coexiste nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso) onde a temperatura equivale a 0,01 °C ou 273,16 K e a pressão: 611,657 pascals.

A partir da nova definição o Kelvin será baseado pela constante de Boltzmann kB= 1,380649 x 10-23 JK - 1.


  • Mol


Um mol era a quantidade de substância com tantas entidades elementares quanto átomos em 12 g da forma mais comum do carbono, conhecida como carbono-12.

Agora, o mol não está mais vinculado a um objeto físico — o átomo de carbono-12. Em vez disso, ele é definido puramente em termos da constante de Avogadro, um número consideravelmente grande (6,02214076 x 1023 ou 602.200.000.000.000.000.000.000.000 ou 602 sextilhões).


Conclusão


Ao longo da história, as unidades de medida evoluíram de referências culturais para padrões científicos bem estabelecidos. Essa transformação tornou as medições mais precisas, com linguagem universal para a ciência, a indústria e a tecnologia, afetando positivamente o nosso cotidiano.

A substituição de objetos físicos por definições fundamentadas em leis imutáveis da física representa não apenas um avanço técnico, mas também uma conquista do conhecimento humano. Assim, com bases mais sólidas podemos atuar de forma mais confiável e com parâmetros mais justos, o que facilita e amplia nossas relações comerciais de forma globalizada.


Fontes:


3000 a.C. - O Cúbito



1790 - A Revolução Francesa e a criação do sistema métrico


1875 - Convenção do metro e a criação do BIPM


1960 A criação do Sistema Internacional de Unidades (SI)


1983 - Redefinição do metro 



2018 / 2019 - Redefinição do Sistema Internacional de Unidades








 
 
 

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