Expectativa é que seja o primeiro a ser concluído no Brasil. O custo deverá ser de no máximo R$ 5 por paciente.
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começaram a desenvolver um teste rápido para diagnosticar a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
“Nossa intenção é produzir um teste com menor custo possível para viabilizar ampla distribuição pelo Ministério da Saúde. O custo deverá ser de no máximo R$ 5 por paciente”, disse o professor Rodolfo Giunchetti, que está à frente do projeto.
Atualmente os testes realizados para confirmação da presença do Covid-19 são basicamente dois:
PRC: coleta-se secreção dos pacientes, como do nariz e da boca, através de um swab. Essa amostra é examinada em laboratório e leva cerca de 4 horas para mostrar o resultado. No Brasil a Fiocruz do Rio de Janeiro, produz os testes desse tipo e envia ao Ministério da Saúde, que distribui para os estados para serem usados na rede pública (SUS). Alguns hospitais e laboratórios privados também produzem esse tipo de teste;
Testes Rápidos: são os mais rápidos e fáceis de se fazer e levam em consideração a presença ou ausência de anticorpos nos indivíduos. É realizado uma picada no dedo da pessoa que vai ser testada para retirar a amostra de sangue, que é colocada em uma máquina que vai mostrar, em poucos minutos, se a pessoa tem anticorpos para o vírus. Esses anticorpos são produzidos pelo próprio corpo para se defender da doença: se a pessoa tem, significa que ela já foi infectada. No Brasil todos esses testes foram importados, gerando um custo maior para sua utilização.
Atualmente, se for feito em uma clínica particular em Belo Horizonte, o teste para detectar a Covid-19 custa em torno de R$ 300. Esse custo, em muitos casos inviabiliza sua utilização pelas classes menos favorecidas.
Como os testes rápidos são todos importados, no Brasil, várias outras universidades estão tentando desenvolver um teste rápido para que o governo federal deixe de depender de outros países, além de diminuir o custo relacionado.
Entretanto, em muitas dessas universidades há falta de reagentes nos laboratórios para continuidade da pesquisa, como na UFMG. Foi possível apenas o início da pesquisa com os reagentes que já estavam disponíveis laboratório, mas eles não são suficientes para a conclusão dos testes. De acordo com o professor, cerca de R$ 1,5 milhão são necessários para que os testes estejam disponíveis em 60 dias.
Diante disso, na tentativa de levantar o dinheiro, os pesquisadores estão arrecadando doações pela internet.
“Minha expectativa é que após recebermos algum recurso para ter alguém 100% dedicado, teremos os primeiros resultados em 30 dias. Em tempo de ajudar na pandemia, no pior momento que ainda está por vir”, disse Giunchetti.
A expectativa é que um milhão de testes por meses seriam possíveis, caso a pesquisa receba investimentos.
De acordo com o professor, submetendo grande parte da população a essa análise rápida, seria possível permitir o retorno de outras atividades sem comprometer a saúde pública, tomando algumas medidas, como:
Propiciar o isolamento dos contaminados para diminuir a propagação do vírus, mesmo em pacientes assintomáticos;
Impedir complicações da doença, para que o caso seja acompanhado de perto;
Definir o grupo que já se encontra imunizado, já possuindo os anticorpos do vírus para definir a melhor forma de isolamento em algumas regiões.
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