Microrregiões do Alto do Rio Doce e de Dores do Turvo têm recorde em estabelecimentos registrados.
Desde 2019, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apresenta dados de registro de cachaças e aguardentes do país. Divulgado nesta segunda-feira (5/7), o Anuário da Cachaça 2021 traz informações sobre os estabelecimentos produtores de cachaça e de aguardente de cana, bem como números de registros e marcas associadas, além da distribuição de produtores das bebidas no Brasil. A publicação do Mapa está disponível AQUI.
A edição deste ano destaca a fiscalização do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), nas microrregiões do Alto Rio Doce e de Dores do Turvo que apresentaram em 2020, respectivamente, aumentos expressivos de 350% e 200% nos registros de estabelecimentos em relação ao ano anterior. O Mapa evidencia as ações do IMA que é credenciado para inspecionar a produção e comércio de aguardente de cana e cachaça em Minas por meio dos estabelecimentos que padronizam, envasilham, engarrafam e vendem as bebidas no atacado.
Nos últimos dois anos já foram realizadas pelo IMA no estado cerca de 700 operações para legalizar alambiques produtores e estabelecimentos comerciais. De acordo com dados do Mapa, 955 produtores de cachaça e aguardente de cana estão registrados em todo o país, sendo Minas o estado líder com 472.
Gerente de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do IMA, o engenheiro agrônomo Lucas Guimarães avalia o cenário positivo em Minas apresentado pelo Anuário da Cachaça 2021. “Resultado da importante colaboração e conscientização dos produtores no estado e das operações em parceria com a Polícia Militar do Meio Ambiente motivadas por denúncias de consumidores e estabelecimentos que exigem uma cachaça legalizada. A publicação do Mapa é essencial para o setor, pois apresenta um diagnóstico preciso de informações que de fato apontam uma curva ascendente da regularização dos alambiques e estabelecimentos. Com a regularização, o produtor consegue ampliar o leque de parcerias alcançando um preço mais justo na venda”, estimula.
Regularização
Guimarães argumenta que regularizar não significa necessariamente ter uma marca, mas sim negociar com mais compradores e envasadores. “Regularizando, o produtor combate a clandestinidade que prejudica as empresas legais. A regularização melhora a estrutura da produção, estimulando o processo de aprimoramento contínuo. É o primeiro passo para conquistar o mercado e expandir as vendas”, sinaliza.
Após o registro no Mapa, é necessário que o produtor mineiro siga orientações para manter regular a qualidade da bebida. Os locais devem dispor de alguns requisitos, segundo suas atividades e linhas de produção desenvolvidas.
Boas práticas de produção
O IMA é o primeiro órgão de defesa agropecuária estadual do país a inspecionar produção e comércio de cachaça e aguardente de cana. A fiscalização no estado verifica as boas práticas e padrões mínimos legais exigidos, como as condições higiênico-sanitárias em todo o processo produtivo das bebidas.
Segundo Guimarães, com a Portaria do Mapa nº 153/2021 que estabelece os procedimentos de reconhecimento de equivalência para a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), o IMA entende que o Sisbi-POV será um importante instrumento de governança das fiscalizações e inspeções realizadas em produtos de origem vegetal. “Padronizar, harmonizar e ampliar os procedimentos de inspeção em todo país melhoram o controle da qualidade e da segurança dos produtos. E, sobretudo, traz robustez para o serviço desenvolvido pelo órgão aos mineiros”, completa.
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